Ventos, ventos floridos.

Ventos, ventos, o outono: reflexo dos pôr de sóis deslumbrantes que nos têm pintado o céu de fim de tarde, onde tudo emudece e amarelece e arde.
Ventos de altitude atingem tons de cinza, esperando a luz oblíqua, que desvenda o dourado, o vermelho-fogo-alaranjado, dominante, quimera de um momento sem tempo.
Entretanto, no vale, as uvas, ignorando o vento, antevendo o corte, buscam o açúcar nos derradeiros raios de sol. Brevemente serão perfume, levedura e mosto, rumo ao néctar, ao impossível futuro do futuro. Que futuro.


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