Parou a chuva. E de facto andamos todos distraídos com a involução

( foto: ricardo costa)

Breve ilusão a de uma claridade limpa, a estabilidade revolucionária que nos ofusca, sempre a estabilidade pois já não fabricamos adrenalina com tanta frequência, e as leituras também já não são as mais frequentes fontes de pensamento. Sou um revolucionário acomodado ao fracasso da revolução colectiva. Por vocação de revolucionário brando, aderi à revolução segura, de escala limitada, alicerçada no retorno dos barcos de madeira, dos grandes e pequenos veleiros, oriundos de Utopia,  em companhas colectivas organizadas em pequenos mundos, como nas aldeias comunitárias, onde é possível de manhã fazer a revolução, de tarde consolidar a terra e á noite descansar, confecionando uma refeição para uns 30 ou 40 revolucionáios, não mais. Eis o limite mínimo alcançado para uma célula revolucionária que talvez tenha conseguido implantar.

Isto se não soarem mais uma vez as trompas do Restelo, agremiando velhos e destruidores de sonhos, racionalizando o devir até á exaustão dos inúmeros sacrifícios, como na inquisição mais profunda. 

(foto:Lino Cabral)

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