Um Porto de Abrigo

















Gosto desta foto que obtive no Porto da Horta. Existe nela uma luz densa que comprime os planos, retirando-lhe profundidade, possibilitando uma certa atmosfera abstrata. E as cores muito empasteladas e quase monocromáticas ajudam a uma quase ilusão pictórica. Não aparece vivalma mas adivinha-se muita densidade, atrás dos vidros das janelas, algo se esconde sob o convés. Existe um silencio perturbador nesta luz , atípica de verão.
Virá aí uma tempestade, e no entanto a calmaria é esmagadora.
Um amigo, comandante da marinha mercante, refere a perplexidade que se observa a bordo dos navios mercantes, cuja natureza é o regresso a terra quanto mais cedo melhor, enquanto os outros, os aventureiros navegadores de recreio, buscam sempre no mar a maior estadia possível. Entram uns nas barras escapando da tempestade, enquantos outros a buscam, num desafio permanente.
O mundo divide-se nestas duas atitudes. Mas, afinal por onde vamos? 
Eu prefiro e desejo o confronto com a tempestade no mar, enquanto tremo perante a canalhice humana.
De regresso de umas curtas férias, não nos Açores mas aqui mais perto, eis que me cai uma tempestade em cima, esta provocada por uma promessa não cumprida. Pior é quando estão instituições envolvidas e outras entidades envolvidas, em complexas teias de acção política, pois que de política e não de outra coisa se trata. Venham mil tempestades assolar os protagonistas de um poder sem ética nem palavra. Porque será que os princípios básicos da palavra não pertencem ao mundo do poder político?
Portanto, clamo "por uma "Nova República!" 

Capitão Hadock não diria melhor, com mil milhões de macacos...

Comentários

Ana e Mário disse…
As férias nos Açores esperam por ti...