Burning















Em função de novos desafios eis que me dedico novamente ao blog, espécie de marégrafo dos meus devaneios. É assim, quando as tarefas se avolumam, e se adensam, é que me dá a vontade do devaneio...
Mas, não queria deixar de mencionar no Azuleante as cem edições das "Quintas de Leitura", projecto do meu amigo João Gesta que vingou no Teatro do Campo Alegre, no Porto. Sempre tivemos a convicção do sucesso das "Quintas", pois sabemos da profundidade da poesia e da veracidade dos poetas, e se soubermos dizer a poesia, de modo adequado, esta dirá sempre muito, mesmo com poucas palavras, como é o caso de tantos poemas.
Entrevistado, juntamente com José Luis Peixoto, por Paula Moura Pinheiro no Câmara Clara da RTP 2, e alvo de grande entrevista no Jornal de Notícias, o trabalho de divulgação da poesia feito poelo João e por toda a sua equipa, saíu definitivamente do círculo mais chegado dos fiéis acompanahntes de percurso, entre os quais me incluo.
Mas, gostaria aqui de lembrar um episódio que, estou em querer, deu origem ao concurso "Dar Voz à Poesia" aqui em Ovar.
Estou a falar de um dos eventos culturais mais interessantes que passou por Ovar, idealizado por João Gesta, e que ocorreu na Biblioteca Municipal de Ovar, muito antes das "quintas de leitura". Naqueles tempos as iniciativas eram de um grupo denominado " Fundição Veia Assanhada" posteriormente denominado " Forças Amadas" e mais tarde denominado " Caixa Geral de Despojos" e que juntamente com as célebres sessões do Café Pinguim, contribuiram para as referência performativas do que viriam a ser  as "Quintas de Leitura".
 Já então na biblioteca de Ovar se ensaiavam modelos que apostavam no cruzamento e contaminação de diferentes manifestações artísticas, a música a dança, o teatro e a performance individual, em contextos que procuram tão só tornar a palavra evidente, matéria de alimento interior que promove o movimento do eu em ondas transbordantes em direcção ao outro.
Como dizia uma jornalista de então, uma das seis ou sete pessoas de Ovar que assistiram ao excelente espectáculo denominado " Há Mar e Mar, há ir a Ovar", os que não foram, não sabem o que perderam.
Mas ficaram sementes, que, lentamente vão germinando aqui e ali.
E se as Quintas viessem "novamente" a Ovar?

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