Ao aceitar um estudo elaborado por uma organização dita da Sociedade Civil para a localização do maior aeroporto internacional em Portugaal, o governo de Sócrates criou condições para que uma nova metodologia de intervenção cívica ganhe fôlego no nosso país. Esta atitude, a aceitação do estudo, pode ter dois pressupostos:
1- Ou de facto se tomou consciência do atoleiro que é a OTA, e se duvida da eficácia daquela solução, sendo que a eficácia aqui deve incluir custos e impactos, ( até de aviões) ou,
2- Tomando consciência do momento político e do levantamento geral contra a OTA o governo inteligentemente deu sinal de ponderação apenas para ganhar tempo e preparar uma estratégia definitiva para levar o aeroporto para ...a OTA.
Porquê?
Porque os compromissos e os meandros de influência em torno dos negócios inerentes à localização OTA estariam de tal modo propagados que o governo ( Sócrates) se sentiu como David perante o gigante, mas sem funda.
E assim nos afundamos nós na mais miserável pobreza da Europa.
Resta ver as coisas ao contrário.
A CIP, fomentadora do novo estudo, também está toda ela minada por influências de grupos de interesses, ou pelo menos despoletou esse processo de quem estava de fora na solução OTA e viu aí uma oportunidade, e portanto descridibiliza o seu papel de cidadania, uma funda subitamente entregue nas mãos do menino David...
Mas voltando de novo ao precedente...
podemos desde já e até seguindo os passos de outros países outras experiencias democráticas, iniciar um processo de projectar concretamente para a nossa rua, para o nosso bairro, para a nossa cidade, soluções que resolvam patologias, que promovam desenvolvimento que recuperem sítios e pessoas...
Deste modo estaremos a marcar uma nova etapa na vida democrática e na consolidação do que se diz de cidadania. Assim, iniciarse-ia o processo de substituição dos interesses instalados, por outros e estes por outros e assim sucessivamente até que todos estivessemos ocupados a fazer alguma coisa e não apenas a passear na pista ciclável...
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