White birdie navigating a "sunfish" - Incontornável "traveling" cinamatográfico numa aproximação ao que de melhor nos oferece o dia-adia.

De regresso de um passeio de barco rotineiro até ao Areínho, acompanhado por amigos, no "A Ventura", eis que observo atracada na margem uma pequena embarcação curiosa, bizarra e branca. De tal modo que não consegui identificar tipo ou função, apenas que tinha um pequeno motor e, pareceu-me, dois flutuadores. E talvez uma cadeira em jeito de "hovercraft"...
Comentei : " Curiosa embarcação aquela... o que será ? " e lá continuámos viagem.
Mas, qual o meu espanto quando já atracados e nas tarefas finais de recolher velas e cordame, surge um ligeiro ruido de motor e reparo na surpreendente embarcação, que já fora um "Sunfish", ( embarcação de vela triangular, com um comprimento total aproximado a uns três metros com uma espessura total de 30 centímetros) ali deslizando impulsionado por um velho motor de 3 hp todo pintado de branco, tripulado por uma só marinheira muito morena, vestida de branco, determinada, pilotando aquela plataforma flutuante com suavidade, sentada com graça naquela ponte de comando que era só o que havia a bordo, para além de uma elegância excêntrica, desusada, quase impossível quadro de filme, lá para os extremos asiáticos...
A água escura de fim de tarde, o barco, o vestido rodado com rendas e lacinhos, tudo branco, o corpo moreníssimo da criança de cabelos negros, reconheci-a era a Carlota, colega do André na escola de vela, oito anos, que fez rodopiar a sua nave e cujo motor parou, e nós logo acorremos a aconselhar, todos a ajudámos a retomar o seu passeio, já o Daniel, o pai observava da margem , deveria ter apanhado um susto...

Mas que pai não gostaria de ver assim desenvolta e bela a sua filha de oito anos, construindo com a sua irrepetível inocência e ousadia aquele quadro no fim de uma tarde de Setembro ?

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