foto: M. Kenna
One day
Quero mesmo convocar a luz plana do amanhecer
e contar apenas com os pinheiros da Tijosa , finisterra de beira rio.
Ali, voam os peixes em saltos inexplicáveis e os pássaros vêem-se na água, descansando nos reflexos naturalistas , ao modo de Sintra, sem palácios.
Iniciava-se assim o dia, observando paisagens de uma inexplicável beleza, entre a náusea do fumo, do alcóol e do sono, sem que dali viesse abanão ao mundo.
Da Tijosa até ás águas turvas da Murtosa era um tirinho. Lá fui, pelas duas da tarde, procurar licenciar o facto consumado de uma construção de borda de água, a pedido de um amigo. Os meandros da ordenação no terrritório.
De regresso ao doce escritório em desalinho, atiravam-se toques polifónicos em cadência bastante ritmada, o que me deixou ocupado como deve ser por uns momentos até ao ritual da observação do Ocaso, desta vez lembrado por uma vizinha que surgiu envolta na poeira dourada do caminho, por momentos pensei que bela era ela .
Agora, vou aguardar a luz desperta da noite e desejar a cidade deserta. Só para nós.
Mas , ainda tenho que passear o meu cão e alimentálo. Rotina diária.
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