A CIDADE E O MUSEU DE CIDADE

A bola de cristal , o tempo enclausurado no templo com seus flocos de átomos conformados e condicionados em estratos energéticos , agitando a nuvem de electrões que teima em não cair na sombra de um campanário de santinho.
Reflectem-se nos azulejos das fachadas as elevadas ondas lumínicas que retêm os odores de café que sobem pelas torres polvilhadas de salitre e orvalho.
Assim, de quando em vez desaparece o véu diáfano da primavera e surge por entre os mastros o som inigualável da sardinha.
A cidade procura recuperar a bola perdida entre os destroços da época estival que se adivinha fértil em aumentos de proletariado republicano pelas praias. Santa Princesa que lhes valha na busca dos grilos falantes, entre as ranhuras medievas da muralha inexistente.

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