A democratica igualdade de oportunidades.

O Concorde - Em rota de colisão ou simplesmente parado, sobre uma ilha.


A selecção francesa de futebol, que está na final do campeonato do mundo e nos derrotou nas meias finais reflecte a heterogeneidades do mundo francófono. Aqueles jogadores, Vieira, Makelelé, Zidane, Touré, Rignoly, transportam consigo as diferentes identidades culturais de onde cresceram, construindo, já adultos e profissionais, uma equipe forte, inteligente, ganhadora.
Ainda há uns dias ouvi alguém dizer na rádio que a única saída para a Europa consistia no rápido entendimento de que é neste caldo civilizacional e cultural oriundo dos novos países francófonos, lusófonos, anglófonos, que reside a sua maior força de futuro. Uma realidade onde a heterogeneidade e a real igualdade de opotunidades ocorra, e onde as diferentes perspectivas culturais se confrontem em pé de igualdade, resultará , como na seleção francesa, em progresso e evolução.
Tenho vindo a assistir e a participar directa e indirectamente em diversos actos e notícias relacionadas com o final do ano lectivo, ouvindo e lendo as entrevistas da Sra. Ministra da Educação, tomando consciência de que de facto para além do absentismo dos professores e das hipotéticas horas a mais ou a menos, dos curriculos e da legislação isto e da legislação aquilo, o que de facto está mal é o modo como as escolas ou a grande maioria delas fazem tábua rasa dos valores da inclusão, da heterogeneidade e da igualdade de oportunidaes para todos, bandeiras da democracia que se diz evoluida. Constato muito claramente os movimentos de pequenos mas poderosos grupos de pessoas de Ovar, professores, pais, em reação a propostas de alteração de turnos nas escolas, propostas que resultaram de trabalho atento e que têm por princípios valores de uma ideologia que passa pela inclusão, rotatividade, alternância, heterogeneidade. De turmas e de horários, colocando em pé de igualdade os alunos da Ribeira ou da Oliveirinha, do Furadouro ou dos Combatentes, da Ponte Nova ou da Habitovar. E o que acontece? Reacções, pressões, movimentação de bastidores, novamente os previlégios que se tomam por direitos adquiridos, resistência á mudança, mudar, não é preciso. Nesta luta desigual, pois é sempre a classe média que se levanta e reage, aliada a um conjunto de professores que vêm as suas belas turmas esfrangalhadas e pior ainda a terem que dar aulas de tarde, sem tempo nem jeito para as explicações depois e para as actividades extra-escola dos eleitos, pois só quem pode é que tem essas actividades e essas explicações, e logo aqui se vê onde estão as igualdades de oportunidades e a democracia . Pois se eles ( os outros....) estão bem assim porque é que se há-de mudar ? ou ainda – Para quê estragar as boas turmas? Assim construímos o futuros das nossas crianças, como se o mundo mais tarde fosse um casulo, protegido, acesso garantido ao ensino superior, emprego cinzento garantido para alguns, pois como sabemos a coisa vai afunilando e empregos garantidos é coisa cada vez mais rara. Quem é que não percebe que ao fim de quatro anos de escola sempre na mesma turma, o que os pequenos estudantes necessitam é de mudar de colegas, de turma , de professores, de rotinas, e com isto aprenderem uma das coisa mais importantes na vida que é a adaptação á mudança, ás dificuldades, e ao outro, que é diferente, mas que transporta também diferenças culturais enriquecedoras, saibam os professores fazer uma leitura transversal e pela positiva da heterogeneidade e da diferença, e potenciar as aulas até ao infinito desconhecido.
Mas o que eu queria era falar do desenvolvimento sustentavel.
h.

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