Hoje, a secretária acabou por chegar tarde. Era o mundial, a selecção jogara na noite anterior e ela sentiu-se movida por uma enorme vontade de percorrer as ruas de S. Paulo...
Numa pequena esplanada das que já não existem em S. Paulo, encontrou um velho que desenhava, concentrando toda a atenção apenas num canto da folha A4. Era Oscar, o arquitecto. Como estava quase cego, apenas conseguia desenhar numa pequena porção de papel, mas mesmo assim continuava a trabalhar.
Para um arquitecto como Oscar, trabalho nunca falta.
E ali estava ele a desenhar na penumbra quando ela o reconheceu . Desta vez não resistiu e beijou-o, impulso ou instinto, gesto que ambos recordariam para sempre.
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