Envolto em causas de outrem

Eu volto a casa ontem.
Envolto em causas de outrem
para ti.
Sim, para ti.


Então, perante a ponta de emoção do momento o velho Oscar, (o arquitecto, lembram-se?) , lembrou de quando era novo e seus colegas brigavam por um lugar ao sol na nova ( já não era tão nova assim...) elite arquitectónica. Os tempos de grandes estrelas e nenhum anonimato. O salto mediático, a imprensa e a rádio, depois a televisão, instrumentos de impulso para o sucesso. Mas pior eram os jogos baixos, as trapalhadas e os movimentos de dança. As entrevistas com os presidentes, as propostas de novas sedes e novas remodelações que levavam ao encontro de novos trabalhos, redesenhos de fachadas memoráveis, entre as “comissões do património” e os trampolins de salto, reflectidos nas águas azulejadas de uma talvez arte nova. E ali , nas fachadas, o velho Távora, que, diga-se, morreu já fez um ano. Oscar lembrava-se muito bem dele.

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