Nas praias de Portugal.

Era uma vez um turista , um turista em portugal, e num restaurante com vista sobre Carcavelos,
coitado sentiu-se mal...


No espaço de uns escassos vinte, trinta, talvez dez anos , reconvertemos a inauguração da época balnear.
Tinhamos a Figueira e os seus festivais, Estoril e a realeza vizinha, Algarve, sonho de ilhas dos mares do Sul. Para não falar de Espinho e das espanholas... E Granja e Moledo e a Foz, sim, a Foz, o molhe, os salpicos de marezia entre dois beijos. Mesmo beijos.
Depois sem saber como e para sintetizar, veio o maremoto.

Foi no Algarve.
Uma miragem ilusória e anedótica de uma onda que se aproximava veloz provocou o pânico geral. Puro efeito do sol nas cabeças bronzeadas, acontece.
Mas pior muito pior é que passámos pateticamente a inaugurar a época com ondas de violência, a que chamamos de arrastão.
Já não há respeito pelas pescas, o sustento escasseia, o calor e a desesperança de quem tem apenas miragens inatingíveis pela frente provoca estas refregas, ondas á solta entre a Amadora e o Arco do Cego,
A modernidade das praias escapou ao ir e voltar das ondas do mar e mar, agora é isto, ondas e violência, ignorondas.
É o que faz excesso de Marés Vivas, sem Ondas de Paixão. Regressemos ao cinema, no verão, longe das praias. Pena é que as praias são o que temos de mais belo e refrescante.

E eu quero ainda beijar-te, no molhe, entre as ondas, independentemente.

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