A Nau de Péricles, Ou a Héra de Sócrates

Nos enevoados dias de agora, entre espectativas de novos rumos certeiros, a Sociedade dos Socráticos, quimicos leves, físicos duros, e outros elementos resultantes de afrodisiações diversas, concentrava-se finalmente na matéria.
Procuravam erguer uma nova nau, ali, nos estaleiros regressados ao Terreiro do Paço, cuja tradição peculiar se perpectua, agora com as enigmáticas inundações do túnel do Metro.
(Num passado recente fora o "Tolan" , antes disso as obras do Marquês, o paço Real, até aos célebres muros de sustentação, já no tempo dos Romanos, o que nos leva aos primórdios, aos deuses.)

A cidade enigmática-fantástica resultando, das sucessivas investidas com o Rio, em aquamorficas estruturas urbanas agora camufladas sob o asfalto, sinal de modernidade meta-economicista, a ribeira das naus também era assim, procurava recolocar elementos estáveis em lugares instáveis, contrapondo o inverso aqui e ali, sendo o químico Amareliante o mais reactivo. Mas como esperança, o confiável Lover Luís, e o estável Gagejante Mariano, e a bela e dinisiana Isabel, que intercederá em caso de ruborizações incontidas...
Mas dizia eu que a sociedade agora Socrática e distante de Héra, ao contrário da Santanética que deixava a roupa íntima em público o que nos fazia parecer tudo da mesma onda e do mesmo bairro, não foram os fins de semana em S. Julião da Barra, apesar de escassos... não dava sinais firmes de se acercar das doutrinas de Péricles, inequivocamente. Excesso de distanciamento poderá colocar a causa em risco.
Os Socráticos Inúmeros, numerosos e pujantes como se vê, tomaram, a construção da Nau em tempo certo. Veio inclusive a chuva, o que ajuda a vergar madeirame, veja-se a Magistral minguante-vacance, virá o sol que coincide com a calafetagem das fendas, e então se verá como Héra se recompõe.
Mas isto de Naus sempre foi coisa de homens, no passado claro, e Sócrates não conhece ainda bem o poder das farmácias. A retoma dos genéricos está ainda distante...


Por enquanto as emanacões sulfurosas não perturbam os trabalhos, aguardamos novas do Lusitânea, da grande Passarola, e das índias ausentes. Resta saber em que Mar (X) nos navegamos.

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