Vejo agora no "João Semana" o projecto para o novo campo de futebol da Ovarense, e suas dependências, projecto da autoria do arq. Tomás Taveira. Sabemos também de fonte segura que o novo complexo denominado "Sports Forum" para a Ovarense Basket está a ser projectado pelo arq. Regino Cruz, autor do Pavilhão Atlântico. Tanto um como outro destes arquitectos tem escritório e vive em Lisboa.
A questao que coloco é: Não existem em Ovar arquitectos e seus associados capazes de projectar e coordenar a execução de qualquer um destes equipamentos? Na minha opinião existem. E, se a matéria fosse feliz, teriamos como resultado boas peças de arquitectura. Não tenho dúvidas sobre isto. Assim sendo, porque não está nenhum dos arquitectos de Ovar a trabalhar nestes projectos?
Porque por parte de quem encomenda não se reconhece capacidade nos profissionais existentes, e porque os profissionais existentes não darão garantias de sucesso a quem promove estes projectos. E aqui as questões das garantias ganham um relevo importante, pois os investimentos são grandes, e os promotores preferem jogar pelo seguro. Compreende-se o afunilamento da questão.
Mas não aceito que se passe um atestado de menoridade aos arquitectos de Ovar até porque faço parte desse grupo.
Qualquer destes dois projectos não encerra nada de complexo ao nível do programa, nem a encomenda vai no sentido de se criarem referências arquitectónicas que por si só congreguem multidões, embora o "Sports Forum" ( não lhe querem "arranjar" outro nome?) seja, dos dois, aquele que encerra maior complexidade.
Como exemplos poderia mencionar as experiências de Siza Vieira face ao projecto da Igreja de Sta. Maria do Marco de Canavezes ( um templo religioso) e Souto de Moura face ao projecto do estádio municipal de Braga, (para o Euro 2004). Destes dois arquitectos, tanto um como outro nunca tinham projectado nada de semelhante. Os programas eram totalmente novos para eles. O que fizeram? Estudaram o assunto antes de começarem a desenhar. Viajaram. Confrontaram-se com outras experiências. Visitaram muitas tipologias. Esta uma das razões pela qual estas duas obras são o que são.
Seria pois louvável que os promotores de Ovar, pelo menos estes, procurassem em Ovar a prata, promovendo a consolidação de empresas, consolidando postos de trabalho e fixando riqueza em Ovar, em vez de dotarem os recheados cofres de Lisboa com mais um trabalho.
Na arquitectura, como no surf, de quando em vez deveriamos sentir um pouco mais de "localismo"... mas as ondas da arquitectura são outras... e têm muito pouca filosofia na crista da onda... Por isso e contrariando a opinião de um colega daqui, a arquitectura também deve ter filosofia como premissa para o sucesso.
A questao que coloco é: Não existem em Ovar arquitectos e seus associados capazes de projectar e coordenar a execução de qualquer um destes equipamentos? Na minha opinião existem. E, se a matéria fosse feliz, teriamos como resultado boas peças de arquitectura. Não tenho dúvidas sobre isto. Assim sendo, porque não está nenhum dos arquitectos de Ovar a trabalhar nestes projectos?
Porque por parte de quem encomenda não se reconhece capacidade nos profissionais existentes, e porque os profissionais existentes não darão garantias de sucesso a quem promove estes projectos. E aqui as questões das garantias ganham um relevo importante, pois os investimentos são grandes, e os promotores preferem jogar pelo seguro. Compreende-se o afunilamento da questão.
Mas não aceito que se passe um atestado de menoridade aos arquitectos de Ovar até porque faço parte desse grupo.
Qualquer destes dois projectos não encerra nada de complexo ao nível do programa, nem a encomenda vai no sentido de se criarem referências arquitectónicas que por si só congreguem multidões, embora o "Sports Forum" ( não lhe querem "arranjar" outro nome?) seja, dos dois, aquele que encerra maior complexidade.
Como exemplos poderia mencionar as experiências de Siza Vieira face ao projecto da Igreja de Sta. Maria do Marco de Canavezes ( um templo religioso) e Souto de Moura face ao projecto do estádio municipal de Braga, (para o Euro 2004). Destes dois arquitectos, tanto um como outro nunca tinham projectado nada de semelhante. Os programas eram totalmente novos para eles. O que fizeram? Estudaram o assunto antes de começarem a desenhar. Viajaram. Confrontaram-se com outras experiências. Visitaram muitas tipologias. Esta uma das razões pela qual estas duas obras são o que são.
Seria pois louvável que os promotores de Ovar, pelo menos estes, procurassem em Ovar a prata, promovendo a consolidação de empresas, consolidando postos de trabalho e fixando riqueza em Ovar, em vez de dotarem os recheados cofres de Lisboa com mais um trabalho.
Na arquitectura, como no surf, de quando em vez deveriamos sentir um pouco mais de "localismo"... mas as ondas da arquitectura são outras... e têm muito pouca filosofia na crista da onda... Por isso e contrariando a opinião de um colega daqui, a arquitectura também deve ter filosofia como premissa para o sucesso.
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