_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________-O som mudo/sonoro de uma realidade inexistente ocuparam-me durante uns dias, no Ovarvídeo. O que é o Ovarvídeo? Para a grande maioria dos ovarenses é uma daquelas realidades que não existe, apesar de produzir sons de insustentável frescura, de notável vanguardismo, e de variadas harmonias. Este ano decidi faltar á "Concreta" e frequentar um "Workshop" no Ovarvídeo. Quase não existia para mim esta realidade, a realização cine-vídeo, e os sons, e as imagens, por vezes entendidas ao fundo de uma apressada passagem estreita , transformam-se em ecos de cor, como chilrear de piriquitos, bramidos de animal já extinto, ou pulsares ritmicos de cães a ladrar... Isto tudo ao virar da esquina, entre as flores do mercado e os taipais tecno-minimalistas das obras da Igreja.
Envolvido que fiquei naquela tarefa, depois de uns rudimentos de técnica e flashes de possibilidades temáticas, mergulhei num grupo de pessoas envoltas na mesma função, ler e interpretar o espaço e o tempo que medeia entre um olhar fixo e a realidade, em espaços de 30 segundos, com o objectivo de realizar um vídeo de escassos minutos apenas.
O resultado desta experiencia não se esquece, sobretudo pelas pessoas e pela interacção criadora, pelos sentimentos em acelerada mutação entre a descoberta, a frustração, e o deslumbramento, terminando com uma tranquila sensação de "já está". Fim.
Depois, as metalinguísticas manifestações de despedida, de tudo o mais difícil, mas, na nostálgica lembrança do que nos ficou, fica sempre a enorme esperança de que nada ficou como dantes.
Ovar e o Ovarvídeo estão apenas no começo, essa a minha conclusão mais visível.
Envolvido que fiquei naquela tarefa, depois de uns rudimentos de técnica e flashes de possibilidades temáticas, mergulhei num grupo de pessoas envoltas na mesma função, ler e interpretar o espaço e o tempo que medeia entre um olhar fixo e a realidade, em espaços de 30 segundos, com o objectivo de realizar um vídeo de escassos minutos apenas.
O resultado desta experiencia não se esquece, sobretudo pelas pessoas e pela interacção criadora, pelos sentimentos em acelerada mutação entre a descoberta, a frustração, e o deslumbramento, terminando com uma tranquila sensação de "já está". Fim.
Depois, as metalinguísticas manifestações de despedida, de tudo o mais difícil, mas, na nostálgica lembrança do que nos ficou, fica sempre a enorme esperança de que nada ficou como dantes.
Lembro agora os pregões das enguias, no Furadouro, som prolongado de fado andante, e o pregão das galinhas, em Válega, sonoridade que nos transporta até ao mistério das vozes búlgaras. Talvez os sons que primeiro ouvi, ainda no berço, a minha génese sonora.
Obrigado Armanda, Ricardo, Edgar, só para mencionar os sons mais próximos.
Ovar e o Ovarvídeo estão apenas no começo, essa a minha conclusão mais visível.
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