UMA CIDADE DE POETAS

Batatim de Costelete , velho personagem físico, resultado de uma desaceleração no acelerador de partículas, eternamente frustrado visto que não resultara de choque em aceleração positiva, ainda no tempo de fecundações Ovarinas, via-se destinado ao enferrochamento da estirpe, sem que para isso tivesse que fazer grande esforço, diga-se.
Neste tempo, a grande sociedade química ressentia-se de um exôdo oxidante , principalmente dos seus elementos mais Ferrosos, dada a presença da chuva cada vez mais ácida. Proliferavam portanto elementos mais resistentes ao ácido, cujas carapaças nucleares lhes retiravam agilidade e discernimento nas matérias de aglutinação, sendo que da síntese resultava uma entidade de estruturas cada vez mais ocas e leves, prontas a deambular com o vento e a contaminar os corpos necessários á permutação do desejo - Os pecúnios. Era a sociedade que se dizia Santanética.
Mas, a continuação das chuvas agora em ritmo de tempestuoso tempo, inundava os electrões com afazeres nunca vistos, provocando a ionização atmosférica, libertamdo o ozono, criando espaços de interferência do Sol na Terra. As moléculas de água estavam agora livres das temperaturas baixas e espraiavam-se em novos lagos interiores.
Estávamos no início de um novo paradigma evolutivo pelo que seria de prever nova era de cultos imprevisíveis. Tempos de grandes oportunidades.

Foi neste meio aquamorfo, onde os tentáculos das poeiras radioativas frutificam em mutantes divagantes, que Batatim de Costalete se lembrou de interferir com as ondas hertzianas algo tempestuosas, e com novas ondas comunicativas mediáticas, lembrando que quem mandava eram as matérias Fisicas. -"Eu é que mando!" - dizia. Lembrava até um certo Henrique Tenrreiro do tempo da Terra Nova, o do bacalhau, que dizia que aprovava todas as mudanças e novas estratégias desde que quem continuasse a mandar era ele.

Auros e Argentibes sentiam-se perdidos entre os mutantes divagantes permanentes.
Estava comprometido o espaço ausente dos magnetismos unívocos, pelo que toda a civilização Utopista estava em perigo, debatendo-se continuamente por um alojamento próprio.
Naveganto no mar de etérias dialéticas, buscavam ...
- "Não se havistam belas no órisonte". disse Calcitério, o grunho.

Auros, repetiu, sereno o que dissera antes: "- Não deixemos livres os pecúnios... Podem desmantelar os protões... Se tal acontecer teremos noites e noites de chuvas de neutrões, por muitos e muitos estratos."
- "Ora, mas se Argentibes se mostrasse mais flexível, poderiamos continuar a observar os fleutâmicos..." Disse Alumério.
- " Mas perderíamos o automatismo das reacções", disse Argentibes com pudor ruborisante, antecipando uma zanga entre Auros e Alumério.
O Cobre-Dourado, grande admirador de Argentibes não só pela sua beleza mas pelo modo como ela reagia ao Sol, sensível aos ultra violeta, pois a ambos dilatava os espaços intra-nuvens, afrodisou-se com a ruborização de Argentíbes iniciando a mercutilação de um corpo, agora premeditadamente acelerante e uniforme. Caíra o Cobre Dourado abruptamente no espaço Físico, em espiral gravitacional e iria parar a zincórnio, desfalecendo até á próxima afrodisitação. " Que desperdício Violáceo de acobreação..." , pensou Argentibes... reparando nas espectaculares nuances de cor que o prazer de Cobre Dourado proporcionava. E ele só...

Foi então que Batatim de Costanete, do alto de uma molécula rastejante absorveu um pouco de ácido e disse:

"- Mas o que é que deu a esse crepitulante classiforme? Entrar dessa maneira nos espaços Físicos!"...
E então como resposta cósmica aquela bestialúnica questão, uma imensa trovoada boreal se abateu sobre o mar de Cosmos identificando ao longe uma mancha azuleante. Era a cidade dos poetas, Cidade esquecida dos outros estratos, mas que ainda vigora.

Não fossem os pecúnios sedentos de Auros e Argentibes e ainda teríamos poesia nas paredes... Disse Alumério...
Mas ao virar da esquina lia-se...

"Claudine, Je t`aime, "

Estávamos em terras Ovarinas...



. (continua).








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