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Li também no Expresso um texto de Manuel da Graça Dias, arq. sobre o triunfo do português suave. Texto que muitos de nós subscrevem concerteza e cujo teor já observámos e comentámos com ardor, pois prolifera incessantemente este neo-revivalismo popularizante, com o freio nos dentes vai colorindo e apagando referências de erudição no território. Tal é o resultado, que poderemos até iniciar um glossário de novos termos arquitectónicos relacionados com esse fenómeno indicador claro do que pensam os portugueses da arquitectura erudita, ou do que não pensam, melhor dizendo.
Pois que o titulo deste "post" inicie tal glossário para mal da nossa paisagem construida. O que se passou? Procura MGD explicações nos confins do salazarismo, seja, nas políticas de ordenamento do território de antanhos, porque não, em certos agentes de investimento imobiliário, concerteza, na crítica feroz e reacionária á casa do emigrante, aí pelos anos 80, talvez. Mas continua a principal razão a ser outra, em meu entender. E esta é desculpem o simplismo, a falta de cultura. A falta de inquietação cultural, o consumismo galopante, injectando-nos com rodopios de alienantes realidades virtuais publicitárias, (de modo que os filmes publicitários são do que melhor se ouvê na televisão portuguesa) infecta mesmo aqueles que deveriam, sob o ponto de vista político, promover uma actitude verdadeiramente democrática colocando a cultura acessível a todos.
A ausência de um descentralismo cultural, concentrando modelos de erudição apenas em circulos restritos de algum poder económico Porto, Lisboa, e Coimbrinha, (que me desculpe a Lusa Atenas), onde os paradigmáticos e episódicos foguetórios de tachos e panelas, em que se transformam as "Capitais da Cultura" e afins, feridas mortalmente pelas descontinuidades de programação cultural, são causa a não perder de vista na avaliação do fenómeno da portuguesite suave galopante.
O que dizer dos arquitectos e dos outros, mas sobretudo dos arquitectos que se deixam levar neste torpôr? a vidinha....pois é , a vidinha... Houvesse bienais de arquitectura como a de Veneza em Portugal, e todos os anos fossem internacionais da arte e da arquitectura, e da vida, e todos os projectos fossem a concurso público, (os do estado), e os honorários fossem tabelados, e a Ordem dos Arquitectos tivesse força e poder reinvidicativo e mais coragem e tempo, e ordenasse melhor a prática da profissão, assumindo um papel fiscalizador, (o que estou eu a dizer) sobre os colegas que trabalham nos poderes autárquicos que observam e aprovam projectos, e as escolas tivessem mais cuidado com a realidade cá fora, e lá dentro também...
Desculpem, lamento não ter uma conclusão mais optimista e clarificante.
Li também no Expresso um texto de Manuel da Graça Dias, arq. sobre o triunfo do português suave. Texto que muitos de nós subscrevem concerteza e cujo teor já observámos e comentámos com ardor, pois prolifera incessantemente este neo-revivalismo popularizante, com o freio nos dentes vai colorindo e apagando referências de erudição no território. Tal é o resultado, que poderemos até iniciar um glossário de novos termos arquitectónicos relacionados com esse fenómeno indicador claro do que pensam os portugueses da arquitectura erudita, ou do que não pensam, melhor dizendo.
Pois que o titulo deste "post" inicie tal glossário para mal da nossa paisagem construida. O que se passou? Procura MGD explicações nos confins do salazarismo, seja, nas políticas de ordenamento do território de antanhos, porque não, em certos agentes de investimento imobiliário, concerteza, na crítica feroz e reacionária á casa do emigrante, aí pelos anos 80, talvez. Mas continua a principal razão a ser outra, em meu entender. E esta é desculpem o simplismo, a falta de cultura. A falta de inquietação cultural, o consumismo galopante, injectando-nos com rodopios de alienantes realidades virtuais publicitárias, (de modo que os filmes publicitários são do que melhor se ouvê na televisão portuguesa) infecta mesmo aqueles que deveriam, sob o ponto de vista político, promover uma actitude verdadeiramente democrática colocando a cultura acessível a todos.
A ausência de um descentralismo cultural, concentrando modelos de erudição apenas em circulos restritos de algum poder económico Porto, Lisboa, e Coimbrinha, (que me desculpe a Lusa Atenas), onde os paradigmáticos e episódicos foguetórios de tachos e panelas, em que se transformam as "Capitais da Cultura" e afins, feridas mortalmente pelas descontinuidades de programação cultural, são causa a não perder de vista na avaliação do fenómeno da portuguesite suave galopante.
O que dizer dos arquitectos e dos outros, mas sobretudo dos arquitectos que se deixam levar neste torpôr? a vidinha....pois é , a vidinha... Houvesse bienais de arquitectura como a de Veneza em Portugal, e todos os anos fossem internacionais da arte e da arquitectura, e da vida, e todos os projectos fossem a concurso público, (os do estado), e os honorários fossem tabelados, e a Ordem dos Arquitectos tivesse força e poder reinvidicativo e mais coragem e tempo, e ordenasse melhor a prática da profissão, assumindo um papel fiscalizador, (o que estou eu a dizer) sobre os colegas que trabalham nos poderes autárquicos que observam e aprovam projectos, e as escolas tivessem mais cuidado com a realidade cá fora, e lá dentro também...
Desculpem, lamento não ter uma conclusão mais optimista e clarificante.
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