Os encontros

Desde que me lembro que os encontros são muito importantes. O encontro entre Cristo, desfeito pelos chicotes dos romanos e a mãe, os encontros de poetas, os encontros subtis e inevitáveis nos autocarros, subindo os Clérigos, (como fazia força naquela mão que me mantinha mais ou menos firme...) os encontros de música, os encontros de amigos, todos os encontros.
Há dias estive num encontro sobre a Ria de Aveiro, o chamado Congresso da Ria. Território de vastas dimensões e abrangências, delicado e aleatório, pela força da natureza que o molda constantemente. E pela mão do Homem que também ali opera e muito. A ria é feminina, enche e vaza, une-se ao mar, sedimenta, é fonte de vida, ali depositam ovas os peixes, e nas suas margens surgem terras com V.
Ovar, Vagos, Aveiro, Vagueira, ìlhavo, ... V de ave, de ovos e de vento.
Neste encontro, falaram-se de assuntos muito importantes. E outros menos. De todos é necessário que se diga que é urgente um plano eficaz que ordene os territórios que neste momento estão á mercê de oportunistas de pequena escala. Os barraquinhos de férias proliferam, as margens ocupam-se o domínio público mar-
ítimo é colocado em sedimentação profunda, ninguém fiscaliza, o caos e a destruição fortuita acontece.
Sinceramente não penso que ainda foi desta que se defeniu um destino claro para a Ria. Tenhamos fé.
Porque só a fé não basta, terei que vos contar como ontem, dia do trabalhador, nos passeámos pela ria num "Andorinha", desde o Carregal, marinhas novas, pardilhó, ponte da varela, e de novo o porto do Carregal. A maré estava sublime, água não faltava, a ria transbordava pelos poros. O vento era incerto, de rajada, mas aguentava-se. O sol brilhava, condições ideais. Garças cinzentas, patos, (um casal) Águias sapeiras, garças brancas e ainda outras aves. O recorte das montanhas em planos sucessivos , urbanidades, algumas bateiras, poucas.
Poucos dos que estiveram no referido congresso sabem do que estou a falar.

até ...

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