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Era uma vez um território, isto é uma porção de terra e de água, ou só terra ou só água, e pessoas, e plantas e animais. E máquinas e fios dependurados e canalizações e construções e mais máquinas e pessoas, muitas pessoas. E ar. Um ar que não se prende nem fecha nem proibe, mas que se renova e nunca pára, assim como as pessoas que fazem que tudo se desloque sobre o território.
Mas o território não é de todos mas parece que é, o ar e a água são de todos mas parece que não e o Sol e as plantas também não são de todos embora pareça. As pessoas necessitam do território e já se esqueceram como era que se fazia para que o território chegasse para todos, e como é que se fazia para que o território se descobrisse e se revelasse suficiente, mas o tempo não deixa que nos recordemos como era, ou se até alguma vez foi assim, mas a verdade é que o território e as pessoas são a mesma coisa.
Por isso não é preciso regulamentar o território, basta regulamentar as as pessoas. Mas as pessoas regulamentadas deixam de ser pessoas, portanto o melhor é não regulamentar, e deixar as pessoas viver o território. Mas como ele não chega para todos temos que ir á procura de mais território.
E isto nunca mais acaba, assim é a lei do território.
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