Mercados

Poema.

Mercado do Bolhão

"No meio das couves de sabóia e dos espinafres
O sorriso gelado
de um molho de nabos".


Jorge de Sousa Braga.
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Regesso sempre ao Bolhão, ao fim de algumas manhãs tardias,
porque é ali que o Porto acolhe os forasteiros que o necessitam.

Ode nos legumes

O mercado do Bolhão, catedral de comícios permanentes,
onde se beijam o nabo e os presidentes,
e os aromas nos lembram as índias ausentes,
o mercado do Bolhão dos legumes refrescantes,
do tamboril e da chaputa que nos olham sorridentes,
ali se escondem amores prementes
nas filigranas de aço reluzentes.

Também gosto do Bom Sucesso, por razões outras que não digo,
mas que conto;

As nervuras concêntricas da abóbada, explodem, em movimento circular ascendente;
e a luz, que até ajuda os legumes a continuarem frescos, permitiria mesmo ao Vicente Jorge Silva vislumbrar um sítio para dependurar presuntos,
E ao Julião Sarmento, um tormento,
E ao Cabrita Reis, vinte mil, sim, vinte mil alheiras divergentes
e ao Manuel de Oliveira projectar mais um filme.

Sim, o Bom Sucesso.

Mas fora as razões que não digo, continuo a preferir o Bolhão.
Perdão, dá mais tesão.

H. Ventura
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(desculpem incluir ali certa personagem, mas enfim, gostei daquela de comparar a arte comtemporânea a presuntos dependurados,
já agora de preferência pata negra, de Barrancos...
e depois não digam que a arte não é popular,
poderíamos na "vernissage", levar todos uns canivetes...e umas padas de Ul,
e assim pensar o modelo cultural para o Parque Mayer, perdão, Ghery.)

Sim porque a Casa da Música...

Voilá...

Isto nunca mais acaba, mas o pior foram (são) os incêndios.





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